Na matemática do Reino, é no dividir que nasce a multiplicação de paz, alegria, pão, amor. Na subtração do próprio eu, o mais lindo e desmerecido favor. Se o menos é mais, o mais dEle em mim nunca é saciado, quanto mais dEle eu tenho, sou mais necessitado. A soma do amor foi tão grande que se multiplicaram as feridas, subtraiu-se a alegria, dividiram-se as companhias, determinando sozinho o valor da morte. E o resultado? Vida! Somando todos os meus acertos, não conseguiria eu agregar valor ao Perfeito para que se desse início a essa equação de amor. Na matemática do Reino, o Perfeito se humanizou, me chamou de volta, se alegrou, correu para a porta, me abraçou todo sujo, não importa! Mesmo depois que exigi minha parte, pedi para dividir, voltei a zero e encontrei tudo ali, exatamente igual a quando eu saí. Se a ordem dos fatores não altera o produto, fico mudo. Meus acertos não acrescentam o amor, meus erros não o diminui. Minha falha correu pro Teu favor e o que já foi sequidão, hoje flui. Na soma dos meus pecados, não dividiu o fardo, ao contrário, tomou sozinho sobre Si. Diante de olhos curiosos, diminuía. Na ótica divina, cumpria, crescia. Me chamou para viver na Terra, mas com os olhos fitados no alto, sussurrar paz aos que gritam guerra, ser flor que brota no asfalto, caminhar em um mundo caído carregando valiosos princípios. Invertido, dividindo o pão, multiplicando paz. Matematicamente no Reino, menos é mais.

– Morada